Em 2010, duas candidatas disputam a vaga para o palácio do Planalto, uma com chances reais de vitória. Situação inédita, que reflete as conquistas da centenária luta das brasileiras por representação na vida pública no país
por Mary del Priore*, Arquivo Nacional, Rio de Janeiro.
A ativista americana Carrie Chapman e a paulista Bertha Lutz (de vestido branco) , no 1º Congresso Feminino Brasileiro, sediado no Rio de Janeiro em 1922.
As eleições se aproximam, e duas candidatas disputam a presidência. Pela primeira vez uma mulher tem chances reais de ocupar o cargo máximo da República. Engana-se, porém, quem pensa que “nunca antes” as brasileiras se interessaram pela vida pública. A luta de nossas avós por representação política vem de longa data. Foi um difícil processo, e muitas de suas reivindicações, hoje centenárias, ainda não foram atendidas.
A história começa no século XIX. O período, repleto de importantes transformações no cotidiano da população, também foi marcado por intensas tentativas de participação das mulheres nas discussões em favor de melhorias na sociedade. Sua arma? A pena, a escrita. No momento em que emergiam movimentos sociais como o socialismo e o sufragismo (campanha pela universalização do direito de voto), elas não usaram apenas a voz, mas, sobretudo, as palavras como instrumento de luta.
Uma das pioneiras foi Nísia Floresta. Nascida na pequena localidade de Papari, no Rio Grande do Norte, casada contra a vontade aos 13 anos, logo abandonou o marido e, em 1832, já sustentava mãe e filhos com o salário de professora. Em 1832, publicou #Direitos das mulheres e injustiças dos homens#, artigo em que enfrentava os preconceitos da sociedade patriarcal, exigindo igualdade e educação para todas.
Segundo Nísia, a situação de ignorância em que eram mantidas era responsável pelas dificuldades que as mulheres enfrentavam. Submetidas a um círculo vicioso, não tinham instrução e não podiam participar da vida pública. Não participando da vida pública, continuavam sem instrução. Alguns anos depois, já instalada no Rio de Janeiro, Nísia passou a realizar conferências defendendo a emancipação dos escravos, a liberdade de culto e a federação das províncias sob um sistema de governo republicano.
* Mary del Priore é historiadora, autora de História da família no Brasil colonial (Moderna), História do amor no Brasil (Contexto) e duas vezes ganhadora do prêmio Casa Grande & Senzala.
Artigo publicado em: http://www2.uol.com.br/historiaviva/reportagens/lugar_de_mulher_e_na_praca_publica.html
Para ler o restante do artigo e conhecer outras mulheres que lutaram pela igualdade política, clique no título.
Caros amigos! Passei algum tempo ausente mas descobri que muitas pessoas comentaram postagens antigas. Foi uma surpresa muito agradável! Este blog foi criado em 2008 com o objetivo ser mais uma ferramenta de aula. Em 2010 me transferi da escola e não havia condições de utilizá-lo. Agora, em 2013, retorno para uma unidade do Estado onde, acredito, o blog poderá servir, novamente,como complemento das aulas, estimulando a aprendizagem. Bons estudos!
Mais importante que lutar pelos direitos iguais, nós, mulheres,também temos que fazer por merecer estes direitos. É muito bom saber que nós também contribuímos na história e conquistas do nosso país. : )
ResponderExcluirFernanda Emerick 3004 - NAVE